O conceito de “mega nuvem” ou “Cloud Storage” (em inglês) faz parte da evolução da tecnologia que, por si, é fato para horas e horas de discussão. Assim, isso se dá porque é interessante como ela vai envolvendo o dia a dia das sociedades. E estas quase nem percebem.

Pessoas que nasceram pós-invenção do automóvel não imaginam como antes era trabalhoso o ato de deslocar-se de um ponto ao outro. Especialmente para famílias numerosas.

A geração pós-telefone provavelmente jamais pensou nos percalços que antes as pessoas tinham para se comunicar.

Imagina-se o tempo necessário para se produzir um relatório profissional antes da criação da máquina de escrever?

São inúmeras as situações em que a tecnologia recriou conceitos, refez posturas, suplantou obstáculos. Mas a geração atual pode ter uma visão geral sobre tal fenômeno. Afinal, se, antes, havia uma ou duas invenções na mesma geração, atualmente há pelo menos dez eventos novos a cada ano.

Assim, em relação a sistemas de armazenamento de dados, a mesma geração que usou os conhecidos disquetes ou CDs também está usando a mega nuvem. Dessa maneira, os saltos tecnológicos são mais evidentes.

Veja neste artigo o que é armazenamento virtual, a chamada mega nuvem. Veja também como o sistema evoluiu.

De mega trabalhoso à mega nuvem

Neste artigo, convém não confundir “processo de arquivamento de documentos” com “processo de armazenamento de dados”. Há diferenças entre eles que a própria tecnologia criou.

Antes do advento do computador, arquivavam-se documentos em caixas de papelão. Eram específicas para isso e, por sua vez, eram depositadas em salas especiais chamadas “arquivo morto”. A tecnologia da informação criou o conceito de “armazenamento de dados”.

Então, enquanto os “dados” antes eram tangíveis, ou seja, era possível tocá-los, com o novo conceito, eles se tornaram intangíveis. Manuseáveis, mas tocáveis.

Conheça um pouco da evolução do conceito de armazenamento virtual para assimilar completamente a espantosa mega nuvem.

O trabalhoso cartão perfurado

O primeiro sistema de armazenamento de dados foram os cartões perfuráveis. Isto é, muito, mas muito longe da ideia de mega nuvem. Daqui a pouco a gente vai ver o que é realmente mega nuvem. Contudo, você vai se encantar com os cartões perfurados.

Eram cartões, mesmo. A cor era, via de regra, palha. Neles, havia uma série de furos. Cada posição dos furos indicava um “ordem” à máquina para ela “entender” o que o operador precisava. Ou seja, cada posição significava um dígito ou uma operação. A máquina, já chamada de “computador” e que ocupava uma sala inteira, tinha mecanismos articulados internos.

Tais mecanismos empurravam e retraíam pinos. Se um pino em determinada região do mecanismo encontrasse um orifício no cartão, liberava outra parte do mecanismo para imprimir determinado dígito e procurava outros orifícios para dar andamento às operações.

Complicado? Não tanto. Imagine que você tenha todo o alfabeto e números impressos numa sulfite. Se você ocultá-los com outra sulfite e fizer furos nessa segunda sulfite exatamente onde estão os dígitos na de baixo, vai formar palavras e valores. Assim era o tal mecanismo.

Uma vez perfurados os cartões e guardados, essa ação já era considerada armazenamento de dados. A gente disse acima que a “coisa” era trabalhosa, não disse?!

A ainda trabalhosa fita magnética

Quando a fita magnética começou a ser usada para armazenar dados por volta de 1960, os profissionais da área provavelmente se ajoelharam em agradecimento. Em verdade, a possibilidade já existia desde a década de 20, criada por Frits Pfleumer. Entretanto, foi preciso todo esse tempo para aplicá-la à computação.

Até então, os dados eram contidos mecanicamente nos equipamentos. Com uso da fita magnética, ampliou-se a ideia real de “armazenamento”. E também de “arquivo-cópia de segurança”, o famoso “back-up”. Certamente nada tinha a ver com mega nuvem.

Sequência de evolução

Este artigo pretende “desvendar os mistérios da mega nuvem”. Entretanto, os leitores deste site alegaram que seria interessante comparar os métodos antigos de manuseio de dados com os métodos atuais.

Por outro lado, a descrição de todos os métodos intermediários entre o cartão perfurado e a mega nuvem tomaria muito a atenção de nossos visitantes. Nesse cenário, a gente optou por listar aqueles métodos com breve descrição. Veja:

Tubos de vácuo (memória de acesso aleatório)

A conhecida “RAM” foi criada por Fredrick Williams e colegas em 1948. Porém, a RAM mantém os dados ativos somente enquanto o computador estiver ligado.

ROM (Read Only Memory)

A ROM, entretanto, complementou o trabalho da RAM, mantendo os dados disponíveis tão logo o equipamento seja religado.

Núcleo Magnético: Tratou-se de um rede de microfios elétricos interligados que trabalhava com os dados e os tornava disponíveis a qualquer momento. Foi muito popular no universo corporativo por mais de dez anos após o lançamento em 1940 em virtude da velocidade.

Twistor e Memória Bolha

A ideia de rede de microfios elétricos é a mesma. Entretanto, em vez de fios, eram usados filetes de fita magnética. Maior capacidade e ainda mais velocidade. Posteriormente, o mesmo conceito foi aplicado na ideia de Memória Bolha.

Memória semicondutora

Surgiu em 1966, criada pela Intel. Trata-se de um dos primeiros tipos de chips. Eram capazes de armazenar até dois mil bits.

Disco magnético

A IBM foi responsável por fazer evoluir a ideia de “disquete”. Tratou-se de pequeno disco de fita magnética com muito maior capacidade de armazenamento.

Disquete

É versão menor do disco magnético. Ou seja, muito mais adaptável a computadores pessoais por conta da dimensão menor. E, ainda, com o tempo, foi ficando cada vez menor até chegar a disquete de 3,5 polegadas.

Discos óticos

Foi criado ainda na década de 60 por James T. Russel. Tratou-se de uso de feixes de luz para gravação e reprodução de sons (música). Entretanto, ninguém deu ouvidos à invenção por imaginar ser impossível.

A Sony resolveu investir milhões de dólares na ideia e a coisa simplesmente revolucionou o mercado de armazenamento de dados. Deu origem aos conhecidíssimos CDs e DVDs. Portanto, o investimento da Sony retornou decuplicado.

Pen-drives

Foi oferecido ao mercado pela primeira vez em 2000. Ainda em uso, trata-se de sistema de “flash drives”. O tamanho quase ínfimo perante os antigos CDs, DVDs e disquetes, além da alta capacidade de armazenamento de qualquer tipo de arquivo, foi a base de seu sucesso.

Há ainda mais algumas poucas versões de sistema de armazenamento até que se chegou às nuvens.

Mega nuvem: a sofisticação do armazenamento

Pois bem. Até agora, você viu processos de controle de dados “encapsulados”, ou seja, contidos em algum objeto que você toca, apanha, guarda e retoma quando e se necessário.

A ideia de mega nuvem é muito mais sofisticada. Você não precisa de qualquer espaço em sua mesa de trabalho. Nem mesmo o espaço de um pen-drive por menor seja ele, ainda que tenha o tamanho de um feijão.

E, a depender do fluxo de suas necessidades, tudo isso pode ser gratuito. Isto é, você não teria nem mesmo o custo de um pen-drive mínimo.

Bem, os primeiros sistemas de armazenamento tinham capacidade para, digamos, dois ou três arquivos de áudio. Já a mega nuvem simplesmente não tem limite algum. Entretanto, a partir de determinado espaço ocupado, você precisa pagar por capacidade complementar.

Por outro lado, mesmo os custos complementares são menores que os sistemas físicos. Por falar em custos, a ideia de computação nas nuvens (Cloud Computer) que dá origem à ideia de mega nuvem só foi possível com a diminuição dos custos de armazenamento.

Manter um superservidor ativo requer investimentos milionários. Entretanto, com o tempo, os valores de construção e manutenção foram ficando cada vez menores. Por isso, somente grandes empresas, como o Google e a Microsoft, conseguiriam investir em barateamento dos implementos.

Dessa maneira, serviços são oferecidos gratuitamente até certa capacidade.

Onde ficam seus arquivos na mega nuvem

A resposta mais evidente para essa questão é “em lugar algum e em todo lugar”.

É “em lugar algum” porque a nuvem pode estar na Europa, na Ásia ou ainda nos confins submersos dos mares. Afinal, ela é apenas um provedor de espaço virtual.

E é “em todo lugar” porque você pode acessar seus arquivos de onde estiver a qualquer hora em que precisar.

O termo “nuvem” é, claramente, conceitual. Trata-se de metáfora tecnológica para dizer que seus arquivos permanecem fora de seu equipamento. Posto que a internet funciona a partir de redes dispostas no ar, na atmosfera do Planeta, diz-se então que eles “estão nas nuvens”.

Porém, é evidente que estão em algum equipamento poderoso em algum lugar do mundo.

Como funciona a mega nuvem

Funciona da mesma maneira como você envia arquivos para seus amigos. Quando você envia cópia de uma música, por exemplo, para “João”, essa cópia permanece no equipamento dele. De certa forma, é uma espécie de cópia de segurança (back-up).

Assim, caso você perca seu original, pode solicitar que “João” encaminhe outra cópia para você. A ideia de mega nuvem é semelhante. A diferença é que você não sabe o “nome do amigo para quem está enviando sua cópia”. Entretanto, tão logo precise, pode apanhar de volta o arquivo.

E isso é aplicado em qualquer tipo de arquivo: música, vídeo, texto, imagem, programa, slides etc. Imagine que o superservidor detenha capacidade de armazenamento milhões e milhões de vezes a mais que o equipamento de seu amigo “João”.

Imaginou?

Então, tanto os arquivos enviados para seu amigo “João” como os enviados para a nuvem são criptografados. Ou seja, são, digamos, “convertidos em símbolos diversos”. Quando você os recupera, eles são então revertidos para seu formato original.

Isso é necessário para segurança contra furtos de dados ou mesmo destruição de arquivos. Porém, o sistema de criptografia da mega nuvem é muito mais abrangente.

A diferença entre a mega nuvem e o equipamento do “João” é que você pode não apenas enviar ou baixar arquivos, mas também criar, gerar arquivos na mega nuvem.

Vantagens do uso da mega nuvem

As vantagens são quase evidentes:

Sistemas mega nuvem diversos

Há diversos relatos sobre os verdadeiros criadores do sistema de armazenamento remoto, ou seja, mega nuvem. Alguns deles alegam que foi a gigante Amazon; outras, a também gigante Google; outras ainda mencionam Kim Dotcom. O fato é que há muitos sites atualmente que disponibilizam o serviço.

Porém, a marca “mega nuvem” (Cloud Storage) está fortemente associada a Kim Dotcom. Ele é também Kimble ou ainda Kim tim Jim Vestor. Porém, nasceu mesmo Kim Schmitz. É empresário alemão no ramo de tecnologia. Foi o criador do supersite Megaupload.

O dito cujo Dotcom é extremamente polêmico. Hoje é empresário milionário e trabalhador ardente. Porém, no passado, já foi condenado por fraudes em cartões de crédito, ações de cracker e hacker, além de apropriações indébitas diversas.

Quanto aos prestadores de serviço de mega nuvem, a operacionalidade dos diversos serviços basicamente é muito semelhante. Todos possibilitam criar arquivos e pastas, fazer uploads ou downloads, editar, alterar, renomear etc.

Veja alguns serviços de mega nuvem.

Mega

Você vai precisar criar uma conta. O formulário contém poucas informações, quase nenhuma delas é pessoal. Exceto, claro, se optar por versão paga (que oferece mais de 50MG de espaço), que é quando vai precisar informar meios de pagamento, como cartões de débito ou crédito.

Tão logo crie sua conta, opte por “verão grátis” ou clique no ícone adequado ao espaço que você precisa. Quanto maior o espaço, maior é o valor. Depois, crie seu login e senha.

Então, já há espaço disponível para uso.

Google Drive

A oferta de espaço na mega nuvem é automática. Portanto, assim que você cria sua conta de e-mail, o espaço de 15MG já está disponível. Se precisar de mais espaço, há as versões pagas.

Nesse caso, basta acessar o Google Drive e clicar sobre “Fazer upgrade do armazenamento”. Esse ícone está no canto inferior esquerdo da tela. Além disso, você pode tornar suas atividades sincronizadas com a mega nuvem do Google.

Nesse caso, se criar uma pasta e seguir alguns passos simples para associá-la à mega nuvem, nem vai precisar fazer upload dos arquivos. Eles já serão salvos automaticamente na nuvem.

Há outros serviços do Google já associados ao mega nuvem Google Drive. É possível criar arquivos de texto, desenhos, slides, planilhas e outros tipos diretamente no navegador.

IBM Cloud Object Storage

É mega nuvem mais apropriada para o universo corporativo. As condições de uso requerem algumas regras simples.

OneDrive

O mega nuvem da Microsoft funciona de forma bastante parecida com a do Google Drive. Basta você criar uma conta para ter acesso a seu espaço de armazenamento virtual. E, também, pode adquirir espaço maior mediante pagamentos.

SkyDrive

O sistema de armazenamento remoto da Microsoft é fácil de usar. Você também vai precisar de uma conta no serviço. Mas é rápido e fácil igualmente. É preciso destacar que o Linux e o Windows XP não oferecem suporte para sincronização.

A operacionalidade é simples. Portanto, basta seguir intuitivamente as sugestões dos links devidos para aprender rapidamente.

iCloud Drive

O iCloud Drive é mega nuvem específico para o iOS, ou seja, para iPhones. A estrutura é a praticamente a mesma dos outros servidores. Pode-se, portanto, armazenar qualquer tipo de arquivo, além de trabalhar offline ou de forma sincronizada para salvamento automático e direto na nuvem.

Os procedimentos internos da mega nuvem iCloud Drive são levemente mais complexos que os outros. Entretanto, também a operacionalidade é intuitiva. Com pouco tempo de uso, você já vai estar craque no assunto.

DropBox

Nada muito diferente do que você já viu acima. É preciso uma conta na plataforma. Criar uma é extremamente simples. Assim, basta informar alguns dados seus e pronto.

No caso da mega nuvem DropBox, é possível aumentar o espaço disponível mesmo sem contratar versão paga. O sistema dispõe do programa de indicação de usuários, ou seja, você obtém mais espaço gratuitamente se indicar a plataforma para amigos e estes firmarem contrato.

Box

Trata-se de mega nuvem muito conhecido no mundo corporativo. Apesar de oferecer até 10GB de espaço gratuito, há limite de 250MB por arquivo. Assim, isso representa entrave forte para quem costuma trabalhar com arquivos muito pesados.

Entretanto, não está disponível em português.

Backblaze

Também limita a gratuidade em até 10GB. Contudo, se você desprezar algumas regras do provedor, há cobranças no fim do mês. Há versão também para português.

Riscos no uso da mega nuvem

Em nome do sentido de transparência a que este site está sempre associado, é preciso alertar para alguns poucos riscos do uso da mega nuvem. Alguns já foram mencionados acima em relação a crackers e hackers.

Portanto, ainda que você use eficazmente, tenha em mente que deve ter backups físicos em casa. Especialmente de arquivos importantes, como contratos, tratativas de projetos, descritivo operacional de procedimentos, fotos de caráter pessoal etc.

Portanto, você teve acima praticamente um compêndio sobre mega nuvem. Porém, é possível que ainda tenha dúvidas ou sugestões ou mesmo curiosidades sobre o tema. Nesse caso, deixe na área de comentários abaixo.

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